quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Copacabana nua...
A cabeça dói,
a noite é pequena
diante da pequena noite
das mulheres que correm
de carro para carro,
de hotel para hotel
pela Copacabana nua
em que toquei meu violão
sentado na calçada
que fica em frente
ao ninho das que são amantes
de todos, basta pagar
E o mar, não digo indiferente,
rosnou mordendo o breu do mar,
o breu dos companheiros
da grande estrada,
da grande passagem,
dos violinos a pairar
pela Copacabana
do meu sangue
de suposto tradutor
que usa luvas brancas
para alisar tuas coxas,
para alisar nossa cidade
observada pelos navios atracados
diante do farol sinalizador
que nos conta
o que os anos viram
por Copacabana
de véu e lua,
de canções e anáguas
de rendas e escamas de peixes
Remo com meus pés imaginários
pelas areias
do fim que se estende
pelo abissal
e pela superfície
dos cavalos de sal
encontrados e perdidos
no que agora escrevo
para continuar
E as mulheres,
e os homens,
e os filmes espalhados
nas mesas dos bares
pelos personagens
do ontem e do agora,
do nunca que é pérola
na boca do mundo
da Copacabana
que se quebra
com águas prismáticas
nas pedras
Não sei se era só isso
que queria contar,
não sei se devo alongar esse escrito
com o conteúdo da pirâmide
que ora vejo
erguer-se
( edu planchêz )
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