domingo, 20 de outubro de 2013

Na língua do pássaro de nossas preces




Virgilio não é romano e é romano,
e é o poeta regente dos ventos
de nossas cabeças carnudas,
tenho suas mãos nas minhas,
seus olhos, na contra partida
dos meus...
no tatear pelas trevas...
ele é mister Mojo, Mishima, Nijinsky,
o Cavalo Eletrificado Eriberto Leão,
a Nadja de Ouro e Jade Celeste Gullar

Agora que eu não morri,
que eu morri,
que reparto as moléculas
do nada com você,
com as espigas do girassol,
com as pétalas do milho

E vem por dentro do mar dos animais
e das plantas,
e vem por dentro da vagina que é minha e tua,
pelo lastro da lua de meu Amor
que está do outro lado do mundo,
no centro da fabulosa joia pineal
dos atuais e dos futuros sáurios

As pontas das estrelas 

formadas pelo teu corpo
e o meu, se espalham
pelo inúmeros mundos presentes
e paralelos,
pelas saias que chamamos de lençóis

E eu que já estou do outro lado,
permaneço em tua frente
ultrapassando
o urro, o uivo, o estrondo primal
do metal derretido,
do uranio aquecido entre nossos dentes,
do mapa rabiscado
na língua do pássaro de nossas preces

( edu planchêz)

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