sábado, 26 de outubro de 2013

Pelos raios




Eu aqui no fim do mundo, 
o fim do mundo em mim, 
meus pais, meus irmãos nas nuvens,
no pensamento distante,
num prato que deixei 
pela estrada,
nas cavernas de meus delirios

Tal qual anjo sem planeta,
vaguei, vago nas terras,
nas carnes do que vai e não volta,
do que volta e se depara
com os que já se foram,
com os que estão chegando

Tudo continua,
nas ramas das estrelas descobertas,
no hálito das pedras
que sempre foram minhas

E vai o homem de vento, 
batendo a cabeça na cabeça do tempo,
das tempestades,
amarrado aos tecidos,
a pele da cor, 
ao perto e ao longe,
mas sempre apartado
pelos raios
e os lírios do campo

   ( edu planchêz )

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