sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Por dentro dos tubos de fumaça






Há muitos poemas no creme de leite, 
no macarrão, no queijo ralado,
na ponta do lápis 
que Ferreira Gullar usou
para mastigar o "poema sujo",

o poema "galos galos"...

Minhas vistas pré fabricadas pastam
por dentro dos tubos de fumaça,
pelas colunas de ferro e fogo,
nas cataratas do Niágara 

Ando sobre e sob as brasas 
da fogueira construída
com os acordes de Hedrix
no cume da montanha de Zaratustra,
no Monte Fugi venerado pelo meu mestre,
nas fotografias que ele ( meu mestre)
bateu com sua máquina de preces

No centro do Amazônia profundo,
nos meandros da caverna 
que levou Aleister Crowley
(depois de se encontrar com Fernando Pessoa)
de Lisboa à Paris,
do inferno aos céus de Dante e Virgílio,
da negra floresta descrita 
por Gabriel Garcia Marques
a Luna Amarela de Caninos Branco

Jack London partiria esse cubo de açucar
comigo, diante dos escuros lôbos 
do Ártico, dos Golfinhos 
da baia da Guanabara, 
da baia de São Francisco
e seus irmãos piratas

   ( edu planchêz )

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